Parte 1: Problemas com pistolas de perfuração

Conteúdo cedido pela AUPP para uso exclusivo da APPBR.

A Associação de Piercers Profissionais do Brasil (APPBR), bem como a Association of Professional Piercers (APP), defende que apenas equipamentos descartáveis ou estéreis são adequados para piercings corporais e que apenas materiais certificados como seguros para implantes internos devem ser colocados dentro de uma perfuração nova ou não cicatrizada.

Não consideramos seguro qualquer procedimento que coloque um tecido vulnerável em contato com equipamentos não esterilizados ou joias que não sejam consideradas biocompatíveis.

Esses procedimentos colocam a saúde dos clientes em risco inaceitável. Por esse motivo, os membros da Associação não podem usar pistolas perfuradoras para qualquer tipo de procedimento de perfuração.

PISTOLAS REUTILIZÁVEIS PODEM COLOCAR OS CLIENTES EM CONTATO DIRETOCOM O SANGUE E OS FLUIDOS CORPORAIS DE CLIENTES ANTERIORES

Embora possam ser contaminadas com patógenos transmitidos pelo sangue dezenas de vezes em um dia, as máquinas perfuradoras de orelha muitas vezes não são higienizadas de maneira clinicamente reconhecida. Pistolas de plástico para perfuração de orelhas não são esterilizadas em autoclave e podem não ser suficientemente limpas entre o uso em vários clientes. Mesmo que lenços antissépticos fossem capazes de matar todos os patógenos em contato, simplesmente limpar as superfícies externas da pistola com álcool isopropílico ou outros antissépticos não mata os patógenos dentro das partes funcionais do equipamento. O sangue de um cliente pode ser aerossolizado, espalhando-se pelo ar em partículas microscópicas e contaminar o interior da arma. O tecido e a joia do próximo cliente podem entrar em contato com essas superfícies contaminadas.

PISTOLAS DE PERFURAÇÃO PODEM CAUSAR DANOS SIGNIFICATIVOS AO TECIDO

Embora ligeiramente pontiagudos na aparência, a maioria dos pinos de brincos para perfuração de orelha não são afiados. Portanto, é necessária uma pressão excessiva sobre uma área de superfície maior para forçar a haste de metal através da pele. O efeito no corpo é mais parecido com uma lesão por esmagamento do que com um piercing e causa danos aos tecidos. Do ponto de vista médico, isso é conhecido como “trauma de força bruta”. No mínimo, pode resultar em dor e inchaço significativos para o cliente; no máximo, em cicatrizes e incidência potencialmente aumentada de condrite auricular, uma severa desfiguração do tecido. Ocasionalmente, a pressão intensa e a velocidade do mecanismo de mola da pistola não são suficientes para forçar a joia cega através da carne. Nesses casos, o brinco pode ficar alojado em parte na orelha do cliente. O operador da maquininha, que pode não ser treinado para lidar com essa possibilidade, tem duas opções: remover a joia e ferir a orelha, arriscando contaminar a pistola e o ambiente ao redor (pelo fluxo sanguíneo da ferida original); ou pode tentar forçar manualmente o brinco através da carne, causando trauma excessivo ao cliente e arriscando uma lesão no próprio operador.

Gostou do conteúdo? Aguarde, em breve postaremos a parte 2.
Aproveite e conta pra gente nos comentários: o que você acha sobre as pistolas de perfuração?

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